Punica granatum
Acredita-se que na virada do ano dá muita sorte guardar sete sementinhas de Romã na carteira, porém esta bela espécie é reconhecida muito além de ser apenas um símbolo de superstição, a Romã é muito apreciada por seu uso no paisagismo. Mesmo desconhecida por muitas pessoas, é utilizada desde a antiguidade por causa de suas muitas propriedades medicinais, seu chá feito com as folhas é utilizado contra irritação nos olhos, e o produzido com as cascas do fruto serve para tratamento contra infecções de garganta, na forma de gargarejo.
Proveniente do Irã (antiga Persia), a Romã (Punica granatum) tem importância milenar: os gregos consideravam a fruta símbolo do amor e da fecundidade, e sua árvore era consagrada à deusa Afrodite. Já em Roma, ela era um emblema da ordem e da riqueza. Atualmente, apesar de seu consumo ser maior no fim do ano cristão, a Romã adquiriu outros significados. No judaísmo, por exemplo, ela faz parte de todos os rituais religiosos que celebram o ano novo. A espécie que veio parar em terras brasileiras trazida pelos portugueses, atualmente é cultivada na Turquia, Tunísia e, principalmente na Espanha, o maior produtor e exportador da fruta no mundo. Inglaterra, França e Itália são os grandes importadores. A fruta e as folhas da romãzeira também são bastante estimadas por suas propriedades medicinais.
A romãzeira ainda não é tão comum no jardim do brasileiro como a pitangueira e a jaboticabeira, mas nos últimos anos seu cultivo ornamental tem crescido muito. Arbusto de 2 a 4 metros de altura, a Romã possui flores vermelho-alaranjadas nas pontas dos ramos que, embora originária de clima quente, resiste bem a temperaturas mais baixas. Mesmo sendo de fácil adaptação a diferentes tipos de solo, o recomendado é que a romãzeira seja desenvolvida em solos com boa drenagem e ricos em matéria orgânica. Sua multiplicação é feita por sementes ou mesmo pelo enraizamento de estacas e a produção de frutos. Mais do que sorte, se a intenção é garantir a beleza para o jardim o ano inteiro, que tal uma romãzeira em casa? A árvore adora o clima brasileiro e se for plantada já grande, com cerca de 3 metros, pode até ser colocada em um vaso com capacidade mínima de 40 litros. Uma vantagem é que, ao contrário de outras espécies vegetais, ela não exige cuidados especiais e complexos para manter uma boa produtividade por muitos anos. No paisagismo, a romãzeira é indicada para jardins mediterrâneos, com características “praieiras”. Além disso, uma variedade menor da planta, a miniromãzeira, pode ser cultivada em vasos, o que permite sua adaptação a jardins menores e, até mesmo, a varandas de maior porte. É indicada também para Bonsai, já que usando as técnicas de poda se chega à uma bela árvore em miniatura.
Dicas:
- escolha as sementes de acordo com a fruta: romãs grandes e de polpa vermelha são as ideais
- plante a romãzeira a partir de Setembro, assim pegará a época de chuvas e sol, condição que favorece a adaptação da planta no novo habitat
- para plantá-la em um vaso, utilize de terra comum, terra vegetal e composto orgânico
- é essencial que a muda/árvore receba ao menos 4 horas de sol direto por dia
- as regas devem ser abundantes, embora feita de forma cuidadosa: nada de água no tronco, para evitar fungos
- adube a planta anualmente, de preferência em Novembro
- a colheita dos frutos deve ser feita no verão, antes que estejam totalmente maduros
Você se pergunta Romã vermelha ou amarela, qual a melhor? No sabor, parece não haver diferença, quanto ao aspecto econômico, a variedade de cor vermelha custa cerca de 50 a 60% a mais do que a amarela, sendo destinada a um público de maior poder aquisitivo que freqüenta os grandes supermercados e quitandas especializadas.
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